"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
O "confort azul" da blusa rosa
À noite, acordo.
A noite acorda.
À noite, a corda.
Uma forca sem acordo.
Céu de hoje
peso morto.
Agora pouco
se foi meu porto.
Navio em mar absorto.
Sinto a tempestade
mas sei que vai passar.
Tudo além de mim
tão perto de todo amar.
Há mar
em qualquer saudade.
Meu quarto parece maior.
Meu peito parece menor.
O segredo da vida é a ansiedade
- controlada.
Hoje cedo, antes da noite
e antes de mais nada
caminhei na mesma calçada.
(E eu preciso entender melhor as esquinas.)
À noite, acordo.
À noite, desperto.
Longe mesmo só a porta
branca, gelada e torta.
A porta é arte que tenho perto.
Tudo certo
se a janela não está morta.
A noite em Marte.
A noite é morte.
À noite, todo forte
é outra parte.
Um prato à la carte
entre a digestão do tempo
e o segundo antes do infarte.
Ígor Andrade
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5 comentários:
Igor, vc tem que escrever um livro. Já.
Poeta!
(suspiro de admiração!)
Delicioso, Ígor.
Delicioso Ígor.
Admiro quem sabe usar pontos e dar pausas.
Poesia simples e tocante.
Parabéns.
Carina e Talita, o prefácio é de vocês. Se virem!
Valeu, Dan!
Abraço!
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