domingo, 20 de março de 2011

Todo domingo

Todo domingo
reinvento o tédio
me invento médio
sem saber direito
quem sou.

Todo domingo
durmo como se não houvesse amanhã
acordo muito depois da manhã
e faço poemas sem graça
pra justificar minha existência.

Todo domingo
é um prédio em silêncio
ainda a ser construído.

Todo domingo
que segue uma embriaguez
encontra o remédio
nas lembranças de quem fui.



Ígor Andrade

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