tão devagar
mas tão devagar
que me sinto quase parando.
Olho pra dentro
uma memória nua
e percorro um caminho imenso.
Eu aqui
na varanda do quarto andar.
Tudo passa a ser
tão devagar.
Cada folha balança lenta.
O vento é fome.
Me vejo na preguiça dos cachorros.
Ouço minha respiração
e depois um silêncio absurdo.
Um velhinho caminha na rua
tão devagar
mas tão devagar
e vejo minha vida
passar tão rápido.
Ígor Andrade
_________________________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário