Para minha mãe Rejane Maria e Dona Eunice (uma outra mãe que a vida me deu).
A tarde parece calma
a cabeça parece agitada.
Penso em mil direções
carrego no peito o peso de mil gerações.
Lá longe
os sinos de uma igreja
tocando
tocando
tocando...
O sono de um lampejo
tocando nas lembranças infantis.
(Eu não gosto de igrejas,
mas gosto de quem eu era!)
Onde está minha mãe agora?
Venta frio
e aqui faz calor.
Às vezes a casa vazia me mata de dor.
(Daqui não vejo a praia e sinto fome
aqui eu sou alguém e tenho nome...)
O vento fala comigo
...
Insegurança no ventre
não tenho amigos
fora deste quarto
dentro de outro mundo
eu comigo
perigo.
Os sinos continuam tocando...
- Mãe?
- Mãe!
- Não quero deixar este pânico me adoecer,
preciso sair e crescer.
- Mãe, diz pra mim
que nasci de um grande amor
que tudo vai passar
antes de anoitecer
como um abraço que muda de cor.
Sinto medo
e preciso ser seu filho
outra vez.
Ígor Andrade
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8 comentários:
Lindo, Igor!
nossa, muito
adorei
Beijos
O maior e melhor de todos os poetas....
Há muita emoção e alegria, nessa casa.
Perfeito.....
MEU POETA.
Olá Ígor.
Escreves muito bem, e este poema para as suas mães é mesmo lindo! E de repente, por maior que seja a tal idependência que a gente julga ter, estamos pedindo colo de mãe!
Mãe que "nos sabe" tão bem, aquela de quem somos parte.
Obrigada por visitar e seguir meu blog! Tentei te seguir também, mas não consegui.
Fiquemos em paz! Beijos.
Verdadeiramente tocante. Vc é incrível, Ígor. Como sempre. Meu beijo. Como sempre.
"... mas gosto de quem eu era..."
Com essa frase o poema já estava perfeito!!!
Ótimo dia pra nós.
Meu deus, Ígor! Achei o teu melhor... Emoldura e pendura na parede. :)
Agora, amigo você tem sim, hein! Estou aqui! ;)
Abração
" Eu não gostoi de igrejas/mas gosto de quem eu era":Perfeito!
Muito bom escrito.
Parabéns!
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