quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O absurdo

Algo mais
que esta tarde
eu preciso.

Preciso do não-preciso
e precisar me perturba.

Expandir minha consciência
além da ilusão qualquer
que crio no fim do dia
é a poesia salvadora.

Eu quero o grito da virgem
rasgando o silêncio cansado.

Algo maior que o barulho
do martelo na rua
ou algo menor
que a poeira da minha sala
vazia.

Vomito a tarde toda
neste mal-estar fatigante
e já é noite
mas era noite
antes do fim da tarde.



Ígor Andrade

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Um comentário:

dade amorim disse...

Muito bonito, seu poema, Ígor.
Gostei mesmo - precisar é muito perturbador.

Beijo.