sexta-feira, 30 de novembro de 2007

...DE TODAS AS VIDAS QUE POSSUO
UMA DELAS À TI PERTENCE
SONHO QUE SONHA JUNTO
TORNA IDA E VINDA PERMANENTE...

(TERMINO PESSOALMENTE.)


ÍGOR ANDRADE


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Um pedaço de um pedaço
De mais pedaços que já perdi
São metades, demais metades
De partes alheias que conheci.

Foram minhas, foram tuas.
Sejam de quem foi.
Foram. Passou.
Quanto vale o que se perde,
Se perdeu e nunca mais voltou.

Era o vento, depois o tempo
Me interessa.
Como aprendi.
O que conheço eu não esqueço...
Ao firmamento.
Senhor da cura.
Eu percebi.

De cada breve, com quão valor
Não existe sorte nem nada escrito
Nada se leva, e o que fica
O que de bom se fez.
Tenho dito.



Ígor Andrade


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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Telefonema

Bom dia dona Eunice,

que me deu uma família,
aqui é o seu genro querido,
o amor da sua filha!
Faz outra vez meu almoço?
Me leva no teu bolso,
e me salva dessa ilha...


Rogi Fernandes

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domingo, 25 de novembro de 2007

É o quadro que vou pintando
Toda santa vez que ela se vai
Eu derramei por ti várias gotas
Amanhã derramarei mais.

Vou deitar. Não aguento
A vista grossa e a luz forte
Há quem diga que sou "o homem"
Há quem diga que eu tenha sorte.

Embora a vontade acelerada
De todas as vidas
Até as passadas
O corpo cansou, mas a mente
Nada.

Que fiquem imaginando
A grande noite que tive
O quadro é preto e branco
O cabelo, a pele dela.
Aqui vive.


Ígor Andrade



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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Acabei com o mistério
descobri a tal linha separatista.
O que ficou pra trás morreu
e o que vive tem outro sentido,
por falar em sentido, sentindo...
Onde encontro o maior deles?
o retrocesso tinha sentido
tinha até limite,
era uma tal de zona morta
havia um plural na solidão,
era a vida curta
há quem encontra não é...
Tanto homem que desconhece
o vivendo
nasce por nascer,
morre em ter nascido.
Continuo com critério
sigo um guia de caráter
uma impressão moral
natureza de propriedade.
Simples...
o que estar morto
viveu, fim.
Depois da passada larga
vai vivendo o infinito
o que encontrei,
encontrando, descobrindo.

Finito.
A curiosidade eu deixo pra vocês.



Ígor Andrade


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sábado, 10 de novembro de 2007

Sendo assim
defendo o lado que não gosto
e ataco o lado que amo
grito no silêncio para que nem eu escute
me cubro de vaidade e malícia
ignoro o que eu não quero ouvir
e fico remoendo minhas bobagens.

Assim sendo
é como sou
às vezes e permanente
delicado como rocha
uma raiva nova a cada mesmo impulso
inconstância de ânimos
ora granizo
ora magma.

Sei que assim
eu nem ganho e perco
fico estagnado
inerte em tua compreensão
me sinto mal por ser tolo
e fico bem por ser eu.

Assim eu sei
sei tanto
sei nada
mas continuo
até que eu saiba merecer
tudo teu
teu amor
inclusive você.



Ígor Andrade


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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

eu pouco fiz tanto
que mal recebi quanto
e bem lembro quando
tudo foi parte portanto...


Ígor Andrade


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terça-feira, 6 de novembro de 2007

As pequenas coisas

São as pequenas coisas
De natureza breve
Desapercebidas
Acontecem sempre.

O primeiro passo
A decisão esquecida
Tudo de ínfimo. Real.
Não pára por nada.

Ação minha
Reação tua
O giro. Suspiro.
Esteja de olho aberto ou não.

Vem vindo
Vai indo
Simplesmente sucede
São as pequenas coisas, as maiores.


Ígor Andrade


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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O dia

Sempre começo assim
uma leitura
seja ela qual for
nada de vida dura
sem grande esforço
algo que me cause torpor,
uma xícara de café
uma corrente na perna
a âncora é meu pé,
um abuso que não me deixa
mas não é queixa e,
no desenrolar do dia
qualquer coisa que me conforte
remete alegria,
andar de chinelo com calça larga
música é bom para o ouvido,
nem faço a barba,
viver nesse mundo de fantasia
e me faz ser como sou
o de costume
o de nem tanto
falar logo contigo
ficar no meu canto
respirar meu novo ar
o desando,
até que apareça alguma coisa
e me tire daqui
daí invento uma desculpa
e volto pra ti,
seguir seguindo
levar levando e sendo levado
a arte de saber amar
a vida nova com quem estar selado,
já passam das duas
e só vou dormir às quatro
um velho preguiçoso desperdiçado,
deitar pensando no outro dia
vai ser diferente
e do mesmo modo
continua a sintonia,
que venha o próximo
depois e depois
como tu afirma inefável
entre a boa noite e o bom dia
fazer encontro de dois.


Ígor Andrade


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sábado, 3 de novembro de 2007

Tédio

não vivo, mal vegeto, duro apenas,
vazio dos sentidos porque existo;
não tenho infelizmente sequer penas,
e o meu mal é ter
nestas horas doridas e serenas
completamente consciência disto.
( Fernando Pessoa )
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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Aceita quem tu és e digas o que penso
Eu penso que tomar decisões é como sombrear a obrigação
A obrigação que eu tenho, decido não aceitar
Aceito muito pouco do que existe e digo tanto quanto o que não tenho
Tudo que tenho é solidão momentânea
E no momento me falta tempo
Vai sobrando coexistência
Existe uma coisa entre duas
Perde-se ambas numa só
Ganha quem enxerga a cegueira primeiro
O segundo leva o que mais importa
Não interessa se sempre aumenta
O que diminui é a pressão
Eu impressiono, a alma, impressiona
Ela me faz ser assim
Porque assim eu sou
E sou ela também.


Ígor Andrade


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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Ah esse silêncio...

eu converso comigo msm...

distorcendo a realidade

faço uma ponte daqui ao sul

onde mora minha vontade

Falo alto aqui e em qualquer lugar

mas apenas ela escuta esse silêncio

entrego ao passado a vaidade

eu aqui impresso em desatento

E quando lembro que do silêncio ao grito

ela expressa só coragem

crio do imaginário um mito

não é lenda sentir saudade

Ah o silêncio que fala

como o perfume que exala

marca a gente como o corpo, a bala.

Interioridade.

Ígor Andrade

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Aceita quem tu és e digas o que penso

Eu penso que tomar decisões é como sombrear a obrigação

A obrigação que eu tenho, decido não aceitar

Aceito muito pouco do que existe e digo tanto quanto o que não tenho

Tudo que tenho é solidão momentânea

E no momento me falta tempo

Vai sobrando coexistência

Existe uma coisa entre duas

Perde-se ambas numa só

Ganha quem enxerga a cegueira primeiro

O segundo leva o que mais importa

Não interessa se sempre aumenta

O que diminui é a pressão

Eu impressiono, a alma, impressiona

Ela me faz ser assim

Porque assim eu sou

E sou ela também.

Ígor Andrade

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